Um tapa na cara do comodismo
A premiação dos vencedores do 3º Prêmio Sinjor de Jornalismo deixou claro que o jornalismo em Rondônia é pautado pelo profissionalismo e pela garra de seus autores. Os vencedores são rostos e nomes conhecidos (ou não) nesta profissão pouco valorizada pelos patrões. Contudo, o prêmio deixa evidente também que somente o apoio destes patrões – pelo menos com a linha editorial – aos seus funcionários é que gera dividendos e reconhecimento. Um bom exemplo se deu com a dobradinha Minéia Capistrano e Marcela Ximenes, ambas do Diário da Amazônia. Tudo bem que o empresário Acir Gurgacz não é lá nenhum santo e vem atrapalhando as negociações salariais com o sindicato que só quer dar um reajuste justo para a categoria. No entanto, já cansei de ouvir que trabalhar tanto no Diário como na RedeTV é bom porque os chefes imediatos são jornalistas e produtores de primeira linha e que deixam o profissional esbanjar seu talento. Aliás, dizem que estes chefes de setor, editores, produtores, diretores e redatores fazem questão de tirar o máximo do potencial de cada um dos valiosos jornalistas contratados. Minéia e Marcela venceram porque além do talento, da dedicação e do trabalho feito com seriedade e bom gosto, possuem o suporte necessário de seus colegas e chefes imediatos, que lhes dão a logística, a simpatia, o apoio moral e estimulam a valorização profissional e humana. Não é de hoje que eu sei (assim como os colegas que conheço) que o Diário da Amazônia possui a melhor (eu disse melhor, não maior) Redação e que a RedeTV têm os melhores diretores e produtores. Palmas para as meninas e um sorriso de satisfação para os seus chefes. Tomara que os demais donos de jornais, editores chefes e puxa-saco de plantão agora comecem a repensar suas atuações e tentem melhorar o nível dos jornais que representam, pois vai chegar um momento em que as manchetes policiais deixarão de ser fator de popularidade e o povão vai aprender a dar valor a um jornalismo realmente bom. Chega de viver só de nome. Vamos valorizar os jornalistas e oferecer um trabalho de qualidade a esse povo tão massacrado.
Meios Ambientes
Um fato que me chamou a atenção na revelação dos nomes dos vencedores foi a categoria Meio Ambiente. Desta vez o veterano Nelson Townes de Castro não concorreu sozinho e foi engolido pela jornalista da RedeTv. Espere! Eu disse RedeTV??? Pois bem, foi esse um dos assuntos mais comentados daquela noite de sábado, a exemplo do que falou o colega Paulo Ricardo (O Estadão do Norte). Ele disse que se soubesse que seu texto concorreria com uma matéria de vídeo, áudio e edição nem teria ingressado nesta categoria. Para ele - que não quis desmerecer a vitória da colega - há que se rever os critérios do regulamento, pois mesmo que o assunto fale sobre um mesmo tema, não se pode concorrer com o som dos pássaros, da beleza das edições de vídeo, com o pôr do sol em movimento... bom, é realmente um caso a se pensar.
Charge
Foi lamentável o fato de ninguém conseguir concorrer na categoria Charge. Apenas três profissionais tentaram angariar a “fortuna” de R$ 700, mas todos estavam irregulares com o regulamento. Os trabalhos de Toni Francis e Zoghbi estavam fora do prazo e os de um outro chargista (não lembro o nome) excediam a quantidade estipulada. Portanto, ninguém conseguiu elevar o valor da profissão e nem mesmo a comissão organizadora se manteve atenta para minimizar o problema. Poderiam ter dado o valor do prêmio para o também chargista Alex, do Alto Madeira, que estava presente ao evento e também lamentou a ausência de premiados. Alex sofreu um grave acidente há cerca de dois anos e hoje luta para conseguir o apoio das pessoas e manter seu sustento e sua dignidade. Tenho certeza que o público presente aplaudiria de pé os diretores sindicais e a comissão organizadora.
Integração
Um fator que considerei muito bom para a festa foi a presença de alguns proprietários de sites. Alguns destes conhecidos jornalistas-patrões eram tidos como opositores ao Sinjor ou a seu presidente, Marcos Grutzmacher. Contudo, o ano de 2006 serviu para o Sinjor e seus associados cortarem o problema na carne ou lavarem a roupa suja. No final das contas, tudo deu certo (ou está dando) e a festa mostrou a harmonia que pode ser possível neste jornalismo rondoniense carcomido pela sua autofagia.
Webjornalismo
O primeiro prêmio feito pelo Sinjor, em 2004, tinha a categoria Webjornalismo com um bom valor a ser pago. Na ocasião, ninguém concorreu ou, quem o quis fazer, estava em situação irregular junto ao sindicato. Espero que, com essa reaproximação dos donos de sites com o Sinjor proporcione a participação de valiosos jornalistas deste metié e a categoria seja reincluída no Oscar da Imprensa rondoniense. Só para se ter uma idéia, estão no jornalismo eletrônico nomes como Marcos Henrique “Tóia”, Rubens Coutinho, Luciana Oliveira, Eliânio Nascimento, Ivonete Gomes, Gérson Costa, Erick Angelim, Paulo Andreoli, Marcos Souza, Augusto José, Analton da Silva, Paulo Ayres, Gessy Taborda, José Carlos Sá, Jorge Vasquez, este que vos escreve e por aí vai...
Sem lágrimas
Esta foi a primeira vez que o presidente do Sinjor, Marcos Grutzmacher, não chorou em seu discurso, mesmo tendo passado por sufocos com a falta de apoio dos empresários e estatais e com a perseguição desmedida de alguns colegas. Acho que o nosso presidente está ficando acostumado com o clima de pressão que o seu posto carrega ou então está aprendendo a lidar com o grande público sem exagerar nos discursos. Muito bem, meu caro presidente pois já dizia a minha tia: Quem se abaixa demais acaba mostrando os fundos.
Justiça explícita
Enquanto alguns mostram hostilidade e falta de bom senso, o Sinjor mostrou justiça e extrema sensibilidade ao homenagear a incansável jornalista Ivalda Marrocos. Apesar de possuir uma inteligência espantosa, um talento maravilhoso e já ter seu nome consagrado nas mais altas esferas do poder e da sociedade, Ivalda mostra toda sua humildade e simpatia ao cumprimentar desde o mais veterano aos foquinhas recém saídos do forno. Adoramos essa mulher. Um beijão, linda!
Falhas
Apesar de todo o brilho, o Prêmio Sinjor de Jornalismo voltou a apresentar algumas falhas. No vídeo que mostrava um pouco da história do sindicato, os depoimentos dos jornalistas entrevistados estava sem áudio. Uma pena mesmo pois deixamos de saber um pouco mais do Sinjor através das palavras de veteranos como Lúcio Albuquerque e Paulo Queiroz. Mas, como alguns já estão dizendo desde o ano passado, se não tiver nenhum probleminha, não é o Prêmio Sinjor. Brincadeiras à parte, estão de parabéns os colegas Júlio Aires, Miro Costa, Luiza Archanjo e Pollyana Woida, da comissão organizadora.
A premiação dos vencedores do 3º Prêmio Sinjor de Jornalismo deixou claro que o jornalismo em Rondônia é pautado pelo profissionalismo e pela garra de seus autores. Os vencedores são rostos e nomes conhecidos (ou não) nesta profissão pouco valorizada pelos patrões. Contudo, o prêmio deixa evidente também que somente o apoio destes patrões – pelo menos com a linha editorial – aos seus funcionários é que gera dividendos e reconhecimento. Um bom exemplo se deu com a dobradinha Minéia Capistrano e Marcela Ximenes, ambas do Diário da Amazônia. Tudo bem que o empresário Acir Gurgacz não é lá nenhum santo e vem atrapalhando as negociações salariais com o sindicato que só quer dar um reajuste justo para a categoria. No entanto, já cansei de ouvir que trabalhar tanto no Diário como na RedeTV é bom porque os chefes imediatos são jornalistas e produtores de primeira linha e que deixam o profissional esbanjar seu talento. Aliás, dizem que estes chefes de setor, editores, produtores, diretores e redatores fazem questão de tirar o máximo do potencial de cada um dos valiosos jornalistas contratados. Minéia e Marcela venceram porque além do talento, da dedicação e do trabalho feito com seriedade e bom gosto, possuem o suporte necessário de seus colegas e chefes imediatos, que lhes dão a logística, a simpatia, o apoio moral e estimulam a valorização profissional e humana. Não é de hoje que eu sei (assim como os colegas que conheço) que o Diário da Amazônia possui a melhor (eu disse melhor, não maior) Redação e que a RedeTV têm os melhores diretores e produtores. Palmas para as meninas e um sorriso de satisfação para os seus chefes. Tomara que os demais donos de jornais, editores chefes e puxa-saco de plantão agora comecem a repensar suas atuações e tentem melhorar o nível dos jornais que representam, pois vai chegar um momento em que as manchetes policiais deixarão de ser fator de popularidade e o povão vai aprender a dar valor a um jornalismo realmente bom. Chega de viver só de nome. Vamos valorizar os jornalistas e oferecer um trabalho de qualidade a esse povo tão massacrado.
Meios Ambientes
Um fato que me chamou a atenção na revelação dos nomes dos vencedores foi a categoria Meio Ambiente. Desta vez o veterano Nelson Townes de Castro não concorreu sozinho e foi engolido pela jornalista da RedeTv. Espere! Eu disse RedeTV??? Pois bem, foi esse um dos assuntos mais comentados daquela noite de sábado, a exemplo do que falou o colega Paulo Ricardo (O Estadão do Norte). Ele disse que se soubesse que seu texto concorreria com uma matéria de vídeo, áudio e edição nem teria ingressado nesta categoria. Para ele - que não quis desmerecer a vitória da colega - há que se rever os critérios do regulamento, pois mesmo que o assunto fale sobre um mesmo tema, não se pode concorrer com o som dos pássaros, da beleza das edições de vídeo, com o pôr do sol em movimento... bom, é realmente um caso a se pensar.
Charge
Foi lamentável o fato de ninguém conseguir concorrer na categoria Charge. Apenas três profissionais tentaram angariar a “fortuna” de R$ 700, mas todos estavam irregulares com o regulamento. Os trabalhos de Toni Francis e Zoghbi estavam fora do prazo e os de um outro chargista (não lembro o nome) excediam a quantidade estipulada. Portanto, ninguém conseguiu elevar o valor da profissão e nem mesmo a comissão organizadora se manteve atenta para minimizar o problema. Poderiam ter dado o valor do prêmio para o também chargista Alex, do Alto Madeira, que estava presente ao evento e também lamentou a ausência de premiados. Alex sofreu um grave acidente há cerca de dois anos e hoje luta para conseguir o apoio das pessoas e manter seu sustento e sua dignidade. Tenho certeza que o público presente aplaudiria de pé os diretores sindicais e a comissão organizadora.
Integração
Um fator que considerei muito bom para a festa foi a presença de alguns proprietários de sites. Alguns destes conhecidos jornalistas-patrões eram tidos como opositores ao Sinjor ou a seu presidente, Marcos Grutzmacher. Contudo, o ano de 2006 serviu para o Sinjor e seus associados cortarem o problema na carne ou lavarem a roupa suja. No final das contas, tudo deu certo (ou está dando) e a festa mostrou a harmonia que pode ser possível neste jornalismo rondoniense carcomido pela sua autofagia.
Webjornalismo
O primeiro prêmio feito pelo Sinjor, em 2004, tinha a categoria Webjornalismo com um bom valor a ser pago. Na ocasião, ninguém concorreu ou, quem o quis fazer, estava em situação irregular junto ao sindicato. Espero que, com essa reaproximação dos donos de sites com o Sinjor proporcione a participação de valiosos jornalistas deste metié e a categoria seja reincluída no Oscar da Imprensa rondoniense. Só para se ter uma idéia, estão no jornalismo eletrônico nomes como Marcos Henrique “Tóia”, Rubens Coutinho, Luciana Oliveira, Eliânio Nascimento, Ivonete Gomes, Gérson Costa, Erick Angelim, Paulo Andreoli, Marcos Souza, Augusto José, Analton da Silva, Paulo Ayres, Gessy Taborda, José Carlos Sá, Jorge Vasquez, este que vos escreve e por aí vai...
Sem lágrimas
Esta foi a primeira vez que o presidente do Sinjor, Marcos Grutzmacher, não chorou em seu discurso, mesmo tendo passado por sufocos com a falta de apoio dos empresários e estatais e com a perseguição desmedida de alguns colegas. Acho que o nosso presidente está ficando acostumado com o clima de pressão que o seu posto carrega ou então está aprendendo a lidar com o grande público sem exagerar nos discursos. Muito bem, meu caro presidente pois já dizia a minha tia: Quem se abaixa demais acaba mostrando os fundos.
Justiça explícita
Enquanto alguns mostram hostilidade e falta de bom senso, o Sinjor mostrou justiça e extrema sensibilidade ao homenagear a incansável jornalista Ivalda Marrocos. Apesar de possuir uma inteligência espantosa, um talento maravilhoso e já ter seu nome consagrado nas mais altas esferas do poder e da sociedade, Ivalda mostra toda sua humildade e simpatia ao cumprimentar desde o mais veterano aos foquinhas recém saídos do forno. Adoramos essa mulher. Um beijão, linda!
Falhas
Apesar de todo o brilho, o Prêmio Sinjor de Jornalismo voltou a apresentar algumas falhas. No vídeo que mostrava um pouco da história do sindicato, os depoimentos dos jornalistas entrevistados estava sem áudio. Uma pena mesmo pois deixamos de saber um pouco mais do Sinjor através das palavras de veteranos como Lúcio Albuquerque e Paulo Queiroz. Mas, como alguns já estão dizendo desde o ano passado, se não tiver nenhum probleminha, não é o Prêmio Sinjor. Brincadeiras à parte, estão de parabéns os colegas Júlio Aires, Miro Costa, Luiza Archanjo e Pollyana Woida, da comissão organizadora.
3 comentários:
Muito obrigada pelas considerações, mas não posso deixar de relembrar ao colega que na tevê também há texto. Reportagem de tevê precisa de redação. É claro que tudo fica mais bonito - eu disse bonito - com o som dos pássaros, como você citou, no entanto, sem a riqueza de nosso dicionário...
Foi o que fiz, me inspirei no que vi e descrevi.
Realmente seria muiito bom se houvesse categorias diferentes para o tema, mas você bem sabe que para isso depende muito de patrocinadore$$$.
Mais uma vez agradeço o seu reconhecimento. Lembrando que o prêmio da categoria impresso prova que eu não preciso de imagens para ter meu trabalho reconhecido, já que a reportagem foi feita por mim, pela Minéia e pelo Luiz.
Um aviso à colega Ximenes: o comentario partiu de um outro colega, não deste blogueiro. Eu apenas o transcrevi. Aliás, me espanta o fato de uma profissional tão talentosa tentar justificar sua conquista, tão merecida por ser fruto de um trabalho valioso e de amor à profissão. Mereceu e pronto e isso em nenhum momento foi questionado. Agradeço também pela audiência no blog e participe sempre, colocando seus comentários. Cordialmente, Rondineli Gonzalez.
Caros,
A regra é clara (digo, regulamento), na categoria Meio Ambiente podem concorrer trabalhos de Rádio, TV e Impresso. Sem crises! E o Paulo Ricardo deveria ter lido o regulamento.
E, por favor, voltem às pazes vocês dois!
Beijos
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