quinta-feira, janeiro 11, 2007

Amigo é pra essas coisas...

Amigo
Voltou a ser deplorável a forma com que o meu amigo Antônio Ocampo deixa um cargo público em Porto Velho. É inconcebível acreditar que um homem com o talento, potencial e carisma dele possa vir a ser tratado de forma desumana. Tudo bem que ninguém é perfeito e nunca se pode agradar a todos, mas daí retirar um importante caráter de um governo manchado por denúncias é, no mínimo, dar um tiro no pé.

Amigo 2
No governo de Carlinhos Camurça, Ocampo era titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e, com pura dedicação e trabalho, em pouco tempo promoveu uma total revolução no sistema de distribuição de mudas para a comunidade, arborização e, principalmente, no Parque Natural, que voltou a ter vida, com estrutura nova e uma pesada reforma e ampliação. O cara foi elogiado até pelos adversários políticos, mas nem isso adiantou. Tiraram Ocampo da pasta sem nenhum motivo justificável e, meses depois, quem pagou o pato foram os portovelhenses. O Parque Natural (Ecológico, como alguns preferem), foi caindo no esquecimento e no abandono. Os animais morriam à míngua e nenhuma campanha de valorização do local foi feita. O povo que gostava de ir com a família para visitar aquela importante área de vida selvagem e do verde puro da natureza, foi deixado de lado.

Amigo 3
Ocampo, na época em que Luis Carlos Venceslau era o titular da Secretaria Estadual de Esporte, Cultura e Lazer (Secel), foi remanejado para o malfadado Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Com seu jeito simples e dinâmico de trabalhar, logo fez do local palco de visitações constantes de estudantes e de exposições das mais elogiadas obras relacionadas ao período do nascimento da Capital. Mais uma prova do potencial do cara. O cargo para a Secel logo veio e ninguém ficou surpreso, pois a valorização e o reconhecimento pareciam ter chegado, mesmo que tardiamente.

Amigo 4
Só que o museólogo mal sabia o que enfrentaria pela frente. Tentativas de boicotes, pressões por parte de adversários, intrigas e falsidades norteavam o dia a dia no novo secretário. Ocampo, contudo, tinha um trunfo que os anteriores e os demais não tinham: O apoio da imprensa. Ocampo é, ao lado do médico Amado Rahal, um dos famosos “Amigos da Imprensa”. O cara tem a simpatia de todo mundo e tem bom trânsito em qualquer meio de comunicação. Ele conhece desde o mais molambo, fedorendo e incapacitado escriba até o mais “nariz-empinhado” dos medalhões da mídia. Diagramadores, cartunistas, fotógrafos, cinegrafistas, repórteres e chefes setoriais das Redações apresentavam empatia com o homem. Logo, mesmo embaixo de um bombardeio de críticas de pseudo-artistas (ninguém sabe quem é artista ou não), amigos desleais e um bando de pistoleiras aproveitadoras, o novo secretário ficou por cima da “carne seca”, já que estava “blindado” pela mídia de todos os setores.

Amigo 5
Mas, como todos sabem, a popularidade traz consigo algumas obrigações (prefiro chamar de mazelas). Por ser amigo de todos da imprensa, muito rápido foi alvejado por pedidos de “favores” que pipocavam de todos os lados. Ocampo estava pagando caro por ser “legal” com todos dessa mídia prostituída. Ainda assim ajudou a quem pôde e quem merecia. Nem todos contaram com sua “benevolência samaritana” pois, antes de amigo, Ocampo era agora ordenador de despesas. Ele tinha que responder por tudo que fizesse e assim ele o fez. Logo, os amigos de outrora estavam se tornando críticos de plantão. A fidelidade, em alguns casos, logo acaba quando não se têm o vil metal envolvido.

Amigo 6
Ocampo foi o responsável direto pelo sucesso dos 25 anos do Arraial Flor do Maracujá, o maior do Norte brasileiro. Montou uma equipe grande formada por pessoas ditas capacitadas e leais. Conseguiu trazer de volta o maior evento folclórico de Rondônia para o local de origem e assim manteve a magia do tradicionalismo. Apesar de nem tudo sair como o previsto, os detalhes errados não foram vistos pela massa, o que já é uma conquista e tanto.

Amigo 7
Bem, agora que o meu amigo está de volta ao mundo dos mortais pagadores de impostos e condutores de vidas sufocadas, quero ver como vão agir os demais colegas da imprensa. Vão abandonar esse “amigo” agora? Na hora em que ele mais precisa de nós? Vamos ver quem são os amigos verdadeiros agora. O desafio está feito! Ah, sim! Só para lembrar: Quem conhece meus textos sabe que não sou de elogiar, mas aos amigos e merecedores, a exceção é a regra.
P.S.: "Eu faria o mesmo por você se estivesse numa situação parecida, meu caro Censor mas, definitivamente, é perda de tempo tentar discutir..."

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