quarta-feira, janeiro 10, 2007

Futebol de Rondônia sofre com o carma do desinteresse generalizado

Dizer que o futebol praticado pelas equipes de Rondônia é patético, ridículo e horrível é o mesmo que dizer que o céu é azul. Não dá para ficar repetindo verdades que estão presentes no dia a dia dos rondonienses há décadas.
O noticiário esportivo local, como todos sabem, é formado por notas montadas em cima de ações comunitárias e até mesmo de lazer. Todo mundo sabe que não existe futebol profissional em Rondônia e que antes mesmo de dizerem que ele é profissional, devemos saber que na época em que era amador o nível dos atletas era bem melhor, sem falar no comprometimento dos cartolas, patrocinadores e apoio público.
O problema é que os tempos mudaram e, com ele, a cultura da maioria do povo. Aí incluem-se, obviamente, os próprios atletas (que deveriam ser renovados), os dirigentes de times, os empresários e os representantes do poder público. Em síntese, todos acabaram adotando um comodismo agressivo, formado por uma cultura de sempre querer ganhar o que não se merece.
Ora, o que pensar dos atletas de futebol rondoniense que hoje em dia só querem saber de jogar uma partida boa aqui e, lá adiante, comemorar a boa atuação com os colegas em uma mesa de bar? O que pensar de um dirigente que cria um clube sem as mínimas condições de se sustentar, faz promessas para atletas que mais parecem ter vindo das plantações de cana e, adiante, cair no descrédito junto com todo seu elenco? O que pensar de empresários (grandes e pequenos) que sofrem cotidianamente para manterem suas empresas de pé devido à pesada carga tributária municipal, estadual e federal e, ainda assim, serem criticados porque não dão suporte a um esporte há muito falido nestas terras? O que pensar de secretários de esporte que brigam entre si apenas para garantir um salário pomposo no final do mês e dar boas horas de lazer e status para suas belas namoradas e aliados de mesa de botequim? O que pensar de governantes que vivem às turras por causa de interesses pessoais e partidários e se esquecem que uma das prioridades para a população de uma cidade, estado ou país é justamente o esporte? O que pensar de uma imprensa esportiva que briga entre si para manter uma assessoria de pouco mais de R$ 500 nas federações estaduais de futebol? O que pensar de um povo que não dá a mínima para o futebol (ou qualquer outro esporte) enquanto a mídia o envolve em eventos de pura veneração à anticultura? O que pensar de um Estado que é tomado pela corrupção em todos os seus poderes constituídos e onde a impunidade impera com mão de ferro sem que ninguém faça nada para destroná-la? Ora, o que dizer, neste momento, sobre uma derrota de 8 a 0 (oito a zero) de um time de garotos de um clube que até um tempo desses ninguém nem sabia que ainda existia? Mas, em nome de Deus... quem é que liga para isso? Eu não! Não posso fazer nada, já tenho os meus problemas. É assim que eu, você que está lendo este artigo e todos os demais de minha espécie pensa.
Futebol em Rondônia? Fala sério! Rondônia só haverá de ser campeã em alguma coisa quando começar a disputar jogos de mesa de bar, como dominó, pôquer nacional, truco, sinuca, porrinha, canastra, mal-mal, pif paf...

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