Milionário jornalista?

A galera do MSN não parou de cogitar nesta segunda-feira se um conhecido jornalista natural de Rondônia teria sido o ganhador (sozinho) do prêmio de quase R$ 19 milhões do último sorteio da Mega Sena. Jornalistas de todo o Estado estão alvissareiros sobre a confirmação ou não desta notícia que pode pôr em estado de pânico os desafetos e em euforia plena os amigos e aliados do suposto escriba sortudo. Até onde eu saiba, nada está confirmado, mas este colega de profissão garante que vai dissipar as dúvidas dos colegas ainda nesta terça-feira, pelo MSN, aos que ele acredita serem pessoas de confiança. Na minha modesta opinião, acho que o cara em questão vai surpreender a galera, especialmente àqueles que já estão fazendo planos, sejam eles bons ou maquiavélicos. Aliás, tocar nesse assunto agora é um tanto quanto delicado, não pelo fato de, se for confirmado positivamente, decida-se fazer uma legítima romaria em busca de uma virtual generosidade do colega, mas, principalmente, pelo fato de que, a partir de agora, todo o cuidado é pouco pois, com uma grana dessas, o que não vai faltar são desafetos e inimigos tentando tirar algum dinheiro do sortudo, especialmente através de inúmeras e imediatas ações judiciais. Quem manda ser polêmico? Novamente utilizo aqui a famosa e sábia frase do Tio Ben, quando disse a Peter Parker (Homem-Aranha): “Com grandes poderes, você carrega também grandes responsabilidades”. Lembre-se, seja você quem for o jornalista sortudo (se é que é verdade mesmo): Os lobos e hienas estão à espreita. Muita calma nesta hora.

Agora... Vai ter sorte assim lá na China.

O que você faria?
Agora, colocando as especulações de lado, vamos tentar imaginar o que nós, meros mortais e burros de carga, que têm que ralar para ganhar um mísero salário, matar um leão por dia para não deixar faltar o leite das crianças, faríamos com uma bolada destas? Cara, R$ 19 milhões é muita grana. Como disse o colega Carlos Terceiro, seria necessário mais de uma década, gastando R$ 10 mil por dia, para torrar toda essa grana.
Vamos supor que eu, jornalista rondoniense, mais quebrado do que arroz de quinta, fosse o contemplado por esta dádiva do Senhor, o que eu faria? Vamos aos fatos:

A primeira coisa seria pagar uns brutamontes para quebrar na peia alguns certos cidadãos que eu, simpaticamente, odeio, e deixá-los tetraplégicos, precisando fazer suas necessidades básicas através de tubinhos. Isso seria para estes safados aprenderem a... bom, deixa pra lá;

A segunda coisa seria pegar R$ 12 milhões e depositar em uma poupança, para lá ficar rendendo e aumentando cada vez mais meu patrimônio;

A terceira seria comprar uma casa boa para mim. Uma casa, nada de mansão, pois a ostentação dá muito na vista dos bandidos. Chega de viver de aluguel!

A quarta coisa seria pagar uma auto-escola e aprender a dirigir. Dois meses depois, compraria um carro bom, dos medianos, mas nada importado, só para o dia a dia e para a viagem com a família.

O que sobrar eu faria o seguinte:

1) Ajudar os familiares mais necessitados, especialmente pais e irmãos. Mas garanto que não daria o peixe, mas sim a vara para pescar. Vagabundagem comigo não cola.

2) Comprar móveis e eletrodomésticos novos. Recomeçar do zero e largar a vida de pobre de zona Sul.

3) Ajudar a resgatar o Sindicato dos Jornalistas de Rondônia. Comprar uma sede administrativa própria e, claro, uma sede campestre para reunir, em boas churrascadas, os mais nobres amantes da fofoca e da boa e velha cerveja: os próprios jornalistas, de todo o Estado. O uísque ficaria para os tolos que querem aparecer. Claro que nesta festa, sendo eu um dos “donos” deste novo sindicato, só entrariam jornalistas sindicalizados e em dia com o Sinjor. E não venham me chamar de ditador.

4) Comprar um poderoso trio-elétrico para a Banda Do Vai Quem Quer, para impedir que o general Manelão tenha que ficar pedindo carro e apoio de empresários e do poder público. Autonomia total da Banda (da qual faço parte) com o apoio de quem mais importa, o folião.

5) Montar meu próprio site de notícias, pois não quero morrer sendo empregado. Não nasci para isso. Que o diga meus atuais e antigos chefes...

6) Assistir a um jogo do Flamengo no Maraca lotado. Quero estar, antes de morrer, no meio daquele formigueiro rubro-negro gritando: “Óh, meu Mengooo... eu gosto de você. Quero cantar pro mundo inteiro, a alegria de ser rubro-negro...”.

7) Ir às praias de Recife e tomar uísque com Coca-Cola ao lado do Rei, Reginaldo Rossi. “Hey, vem cá que eu quero te mostrar...”

Bom, por enquanto seria isso... rezem para que eu não ganhe nunca. Aliás, eu nem aposto...