TOP 10 – As maiores bizarrices e barrigadas cometidas na ALE 2007 até agora

Caça-Fantasmas, homem do ponto, Hércules Góes, DJ Maluco, “Ruça” (Rússia, na visão de Amauri dos Santos), marmitex, apitaço, Jajá (Sintero) e constantes intrigas. Nada dessas coisas se compara aos atos tresloucados e até mal intencionados dos deputados que compõem a 7ª Legislatura da Assembléia Legislativa de Rondônia nestes cinco meses de parlamento estadual em 2007. Como há algum tempo não faço nenhum ranking, agora vamos deleitar o leitor com as 10 maiores bizarrices e barrigadas cometidas por estes dublês de deputados estaduais, pelo menos na minha modesta opinião.

10º CHIQUEIRINHO – Numa atitude covarde, injustificada e completamente insensata, uma ordem que partiu da Mesa Diretora (mas ninguém quis assumir a culpa) impediu que os jornalistas que sempre trabalharam na cobertura jornalística da Casa de Leis tivessem acesso ao pequeno (e põe pequeno nisso... só perde para o da Câmara Municipal) espaço que fica bem perto dos parlamentares, no próprio plenário. Disseram que iriam arrumar um local mais “adequado” mas, até agora, os jornalistas têm que dividir espaço com os visitantes na chamada galeria. Somente os jornalistas da Casa podem ter acesso ao antigo espaço. O que uma denúncia não faz, hein?

9º ECONOMIA QUE NINGUÉM VÊ – O presidente Neodi Carlos e seus companheiros diretos não pouparam elogios a eles mesmos ao falar de uma economia de mais de R$ 12 milhões conseguida nos três primeiros meses de trabalhos. Só que, não se sabe o por que, essa economia, até agora, não é revertida em bens, pois quantas vezes eu mesmo presenciei a falta de copos descartáveis num dos bebedouros do órgão? Sem falar nos gabinetes que, segundo alguns servidores, estariam infestados de ratos e baratas. As mulheres que servem cafezinho e zeladoras também reclamam da falta de recursos materiais para a Casa. Onde está esse dinheiro todo?

8º SAUDADES DO NEPOTISMO - A lei de autoria do ex-deputado Edson Gazoni aprovada no final do ano e que impede o nepotismo (contratação de parentes) nos Três Poderes estaduais parece que não agradou a todos os deputados que se dizem representantes das necessidades do povo. Jair Miotto, Amauri dos Santos e até mesmo o líder do governo, Euclides Maciel, reclamaram de como a lei estava sendo aplicada e que, naquele momento, atingia alguns de seus parentes. Eles bem que tentaram mudar alguns pontos da lei, mas alguns “governistas” e “moralistas” não permitiram. Houve, neste dia de votação do projeto de lei de Amauri, até mesmo o primeiro esvaziamento do plenário. Os deputados saíram do local e só voltaram depois que Neodi declarou que a pauta estaria suspensa por falta de quórum, o que o irritou bastante. Constrangimento e revolta marcavam ali o racha que existe hoje dentro da Casa. De um lado Amauri e seus aliados e do outro, Testoni e seus comandados.

7º COMPRA DE AERONAVES – Não sei ao certo qual foi o mês em que isso aconteceu e nem me lembro se isso realmente foi publicado no Diário Oficial da ALE, mas tudo leva a crer que, com parte da economia tão anunciada pelos deputados, a compra de avião e helicópteros estaria acontecendo (ou iria acontecer). As aeronaves, segundo algumas informações extra-oficiais, seriam usadas pelos deputados para que eles pudessem “fazer seu trabalho parlamentar” em suas bases eleitorais. Dizem até mesmo que alguns deles têm medo de pegar a BR. Chegaram até mesmo a usar um falso boato da morte do presidente Neodi Carlos, numa viagem de carro ao interior, para justificar a compra dos caríssimos veículos de vôo.

6º DEMISSÕES INJUSTAS – Depois que começou a pôr em execução a já conhecida Jornada de Moralização, o grupo dos três caça-fantasmas – Neodi Carlos, Alex Testoni e Jesualdo Pires – simplesmente jogou na rua da amargura dezenas de servidores, sem o menor aviso. Entre eles, servidores que estavam ali há quase duas décadas. Alguns mereceram, pois estavam apenas “mamando nas tetas” da ALE, mas outros foram sacrificados injustamente, como alguns jornalistas veteranos da Assessoria de Imprensa e servidoras que sempre trabalharam. O pior é que depois da “ratada” (pra não ser deselegante e dizer outra coisa) a Mesa Diretora disse que iria “rever” alguns casos isoladamente. Ainda se ouve, mesmo de dia, alguns sons do tipo “búúúú” ecoando pelos corredores e gabinetes. José Bianco deve estar morrendo de inveja.

5º VOTANDO NO ESCURO – A determinação e fidelidade canina da maioria dos deputados em votar favorável a todos os projetos enviados por Ivo Cassol transformou os parlamentares em verdadeiros cavalos, com aquelas viseiras que permitem que se olhe apenas para a frente. Os caras votam quase sempre “sim” em tudo e sequer sabem do que se trata a matéria. Depois da “barrigada” (novamente não serei deselegante), os ditos vêm à mídia tentar justificar a assinatura em algum súbito requerimento de CPI, em alguma lei polêmica... É de dar nojo!

4º LEI DA FOME – O deputado e vice-presidente da ALE, Alex Testoni, teve a magnífica idéia de criar uma lei que impedisse a pesca nos rios do Vale da Guaporé, sob a alegação de que aquela linda área do Estado poderia ser melhor aproveitada para fins turísticos. Uma “leseira” que fez com que milhares de pescadores – que sobrevivem desta atividade desde que nasceram – até mesmo fechassem um trecho da BR em protesto contra tamanho despautério.

3º LEI ANTIDESENVOLVIMENTO - Num súbito e pavoroso acesso de loucura, o deputado Valter Araújo - autodenominado campeão da comunidade evangélica – criou um bisonho projeto de lei que trata do impedimento às construções imobiliárias e comerciais em qualquer área que possuísse um olho d’água ou nascentes. A mídia, a sociedade em geral e até outros políticos caíram de pau em cima do parlamentar que, assim, como o vereador Kruger Darwich (Porto Velho), se mostrou claramente contra a construção de um monumental e valioso empreendimento de um grupo canadense. Até agora a lei está sendo criticada e todo mundo acredita que, se houver algum fio de bom senso no caráter do governador Ivo Cassol, a lei será implacavelmente vetada. Ah, se fosse em Cuba...

2º ELEIÇÃO PRECOCE DA MESA – Numa manobra magnífica que pôs fim às intenções de um grupo dito de “oposição”, o deputado estadual Neodi Carlos foi consagrado presidente da Mesa Diretora da ALE também para o biênio 2009/2010, numa intrigante e polêmica votação realizada depois de dois dias seguidos de articulações políticas entre todos os 24 parlamentares. A eleição seria considerada normal, considerando que a própria Constituição Estadual permite que ela seja realizada antes mesmo do fim do primeiro mandato, a qualquer momento. O problema é que, mesmo diante desta frágil condição de legalidade, a eleição extremamente precoce – ocorrida pouco mais de 110 dias depois do início da legislatura – elevou ainda mais a imagem de fisiologista, interesseira, corrupta, corporativa e mal intencionada da Casa de Leis e de seus representantes ante a sociedade e, por que não dizer, perante toda a nação?

1º CPI DO SINTERO – Aparentemente insatisfeitos com a condição de deputados considerados do “baixo clero” ou simplesmente aborrecidos com uma fraca exposição na mídia, os deputados Miguel Sena (Guajará-Mirim) e Alexandre Brito (Porto Velho) resolveram se unir e protagonizaram uma das maiores bestialidades já vistas em todo o parlamento brasileiro: Lutaram e conseguiram criar a CPI do Sintero. A justificativa era de que havia algo de irregular na famosa e milionária ação da Isonomia da entidade e que teria prejudicado centenas de educadores no Estado. Esta foi a primeira vez que alguém conseguiu pôr em discussão a intervenção de um poder constituído em uma entidade sindical. Foi o estopim para que o maior sindicato estadual de Rondônia, aliado à CUT, entidades estudantis e outros importantes sindicatos fossem para a guerra expor publicamente as vísceras dos dois deputados. Até guerra de outdoor’s aconteceu, mas nada que mudasse a rotina do portovelhense. Ninguém mesmo do dito “povão” sabia ou queria saber alguma coisa sobre a malfadada CPI. Semanas depois de criada, a CPI naufragou ridiculamente, sob determinações do Poder Judiciário. Inconstitucionalidade: Taí uma palavra que deve tirar o sono destes parlamentares.