
Minha companheira e minhas duas filhas (as que moram comigo) também freqüentam como fiéis ovelhas uma novíssima congregação situada no bairro Belvederes, zona Sul de Porto Velho. Minha casa é tomada, diariamente, por dvd’s de shows e clipes gospel e vez ou outra meninas e mulheres igreja visitam minha família para participarem das atividades daquela igreja, numa legítima devoção que, às vezes, eu acho até insuportável.
Posto isso, quero anunciar que me considero um homem feliz por ter pais, irmãos e filhos nos caminhos de Deus e isso me traz uma certa satisfação e segurança, pois meu sangue está indo na direção correta e essas pessoas é que são responsáveis pela minha segurança espiritual, já que elas diuturnamente se ajoelham perante a cama para orar a Deus pedindo minha proteção e mudança de vida. Posso até não ter me tornado evangélico ainda, mas muitos garantem que o Senhor tem um plano em minha vida. A única certeza que tenho é que, pelo menos até agora, nada de muito ruim me aconteceu e que chances não faltaram para que isso acontecesse, considerando, obviamente, minha vida notívaga e sempre tomada por álcool e lascívia.
No entanto, uma pessoa como eu, conhecedor do que realmente o ser humano é capaz, tenho a dizer a todos vocês, caros leitores, que estou absurdamente assustado com o que alguns ditos “servos de Deus” vêm fazendo nesta pequena terra apenas para lucrar com a inocência e a carência dos fiéis desacreditados com o mundo normal.
É de conhecimento público, nacional e internacional, que igrejas como a Universal, liderada pelo megademagogo e multimilionário Bispo Edir Macedo (que mora em Miami, EUA) são criadas apenas para isso, para tirar o já escasso dinheirinho dos pobres, em especial famílias regidas por pais semi-analfabetos.
Há ainda igrejas que se dizem boas, mas concorrem diretamente com outras numa guerra aberta de quem “consegue arrebatar mais ovelhas”. Muitas delas são legitimamente caça-níqueis, pois esta tese se comprova com a ostentação vista no cotidiano de pastores, bispos e políticos eleitos com o voto dos famintos por esperança.
No entanto, desta vez não farei um ranking de quais seriam as piores igrejas para um cidadão de bem que procura apenas a ajuda divina. Desta vez, quero falar, em particular, de uma congregação que ainda nem chegou a ser “instalada” na Capital, mas que já mostra a essência de seus métodos, doutrinas e intenções.
Trata-se de uma igreja que tem como sigla IBNE (acho que quer dizer algo como Igreja Batista Nova Esperança – ou Nova Ebenezer).
Pelo menos duas de suas discípulas – uma que até trabalha no gabinete de um deputado que se autodenomima mensageiro de Deus – simplesmente deram o famoso “calote” neste blogueiro. Explico: A jovem conhecida como Eliana me pediu que eu criasse uma logomarca da congregação e, para isso, me deu um croqui de como ela deveria ficar. O desenho, que mais parecia feito por uma criança de 10 anos, logo foi levado ao Corel Draw e, duas horas depois, tinha se transformado em pelo menos cinco novas idéias.
Até aí, tudo bem. A maioria dos que viram as sugestões das artes gostou (ver exemplo acima), inclusive a minha cliente inicial. O problema se deu no momento do pagamento que, diga-se de passagem, foi menos da metade do que um outro suposto artista havia cobrado para a congregação.
Dias depois da entrega da arte, a moça, por MSN, na maior cara de pau, avisa que a congregação esperava algo “diferente” e “inovador” do que foi sugerido por eles mesmos e que (pasmem), o trabalho não seria recompensado, ou seja, já que eles não aceitaram nenhuma das sugestões (mesmo as tendo elogiado continuamente), eu ficaria sem receber nem um tostão, com cara de bundão.
Ora, não é só pelo fato de eu ser um profissional e que meu trabalho, em nenhum momento da minha vida ter sido descartado, que eu estaria agora levantando esta bandeira anti-evangelística. Não, de forma alguma. Ainda acho que existem pessoas realmente comprometidas com a Palavra de Deus e que estão neste mundo com o único objetivo de ajudar os mais necessitados.
Contudo, esta falha gravíssima destas senhoras – e uma delas ainda se apresentou como a esposa do pastor que vai liderar o templo - deixou bem claro que esta tal IBNE veio somente para isso: Lucrar, lucrar e lucrar, sem medir conseqüências dos seus atos e doa a quem doer. O maior erro, contudo, foi deixar isso bem explícito (mesmo que involuntariamente) para – logo quem – Rondineli Gonzalez.
Portanto, senhores leitores. O aviso está dado: Quando finalmente esta congregação fundar um templo em Porto Velho, saibam que vocês e seus familiares e amigos devem passar bem longe dali, sob pena de terem suas carteiras batidas, seus salários comprometidos em 10% mensais ou, pior, suas almas vendidas para a entidade errada.